quinta-feira, 12 de agosto de 2010

limites

Essa palavra já tá me dando coceira!
No último post ganhei da Renata um link da revista Crescer ( http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI154547-15046,00-ESPECIAL+PALMADA+VOCE+BATE+NO+SEU+FILHO+VEJA+OUTR) que fala sobre palmadas e outras formas de impor limites. Alguns pontos interessantes para nós que vivemos o dilema da tentativa de colocar alguma disciplina:

PALMADA NÃO EDUCA: Quando o adulto bate no filho, ele está reconhecendo que ficou impotente diante da atitude da criança. Mostra claramente que perdeu o controle de si mesmo e a agressão passa a ser a única maneira de manter a autoridade. A força física de um adulto é maior e se amplia nos momentos de raiva. Testar os limites dos pais é um comportamento típico que faz parte do aprendizado da convivência em família. Embora não seja fácil, os adultos devem lidar com as manhas com carinho e desenvolver a capacidade de dialogar e explicar as coisas para a criança sem violência. Afinal, ela é capaz de entender mais do que se imagina. Além disso, depois de bater muitos pais se arrependem. Essa atitude contraditória não é positiva para a criança.

E O CASTIGO? : Castigar é deixar o filho sem algo que ele realmente aprecie, com a intenção de que, sentindo falta, não repita a travessura. O objetivo é mostrar que seu comportamento foi errado e não deve repeti-lo. Mas a longo prazo não educa, não ensina, apenas refreiamo comportamento que pode se repetir.
Difícil mesmo é os pais não ficarem extenuados. Fala-se uma, duas, três, quinze vezes e o filho continua repetindo o comportamento. Só que nem sempre a criança volta à ação condenada para desafiar os adultos. "Principalmente as pequenas: elas fazem porque não tem logicidade, ou seja não, entendem causa e efeito de forma clara. E, como vivem num mundo egocêntrico, em que tudo funciona para elas e por causa delas, agem por instinto, sem pensar no outro", explica Neide Noffs (psicopedagoga). Às vezes, elas também repetem o comportamento porque são curiosas, estão pesquisando o mundo. Mostrar o erro não garante aprendizado na hora. "E essa incapacidade da criança pequena não é falha da educação", acalma Neide. Faz parte do processo de aprendizado dela sobre o mundo. Só não se pode achar que está tudo bem. Em qualquer faixa etária, a criança precisa aprender que há comportamentos que são aceitos e outros não. Que há coisas que ela pode fazer e outras não. O resultado leva tempo. Os pequenos não nascem sabendo como se controlar. Por isso, a autoridade tem de vir de fora, dos pais.

Quando começar?
As medidas, sanções e afins costumam surgir depois que os pais explicaram, conversaram, gastaram o léxico. Disseram 'não faça isso', 'pára', uma, duas, três vezes. Colocar para pensar, perder algo de que gosta muito, ser retirada do ambiente costumam ser as medidas preferidas pelos adultos. Só que para cada idade deve-se adotar uma estratégia. A partir dos 2 anos, quando a criança aprende a falar 'eu' e a notar o amigo, em geral, aparecem as mordidas, as agressões. "Nesses momentos, ela deve ser fisicamente contida e avisada de que o que fez não foi legal", explica a educadora e psicóloga Maria Cristina Meirelles Cruz. Isso também é uma sanção. O que não dá é colocar uma criança de 1 ou 2 anos para pensar. Ela ainda não consegue perceber que sua atitude não foi adequada. Mesmo as de 3 ou 4 anos se assustam mais do que "pensam" quando ficam sozinhas, mesmo que seja por três minutos, de porta aberta e junto aos brinquedos. Por isso, pode ser mais eficiente retirar algo de que elas gostem. Mas a partir dos 7 ou 8 anos, a criança começa a perceber com mais eficiência que pode perder coisas legais porque não agiu adequadamente. E o mais importante: para que o castigo seja educativo, a criança precisa entender a relação entre o que fez e a conseqüência desagradável que tem de enfrentar por causa disso. Cada família, porém, conhece o próprio filho e escolhe o momento e o método mais eficiente dependendo do perfil da criança. Não adianta cortar passeios daquela que não se importa em sair de casa, por exemplo.

Gelo de mãe
Na opinião de Maria Grupi, a mãe dar uma "gelada" no filho mesmo pequeno é uma punição eficiente. "Demonstrar, com voz firme, que não gostou da atitude dele dá muito certo", garante ela. Os pais não devem demonstrar que estão transtornados e muito menos se sentir ameaçados pelo filho. É preciso ter claro que quem está no comando são vocês. Perder a atenção da mãe já é um grande castigo, seja o filho pequeno ou grande. As sanções, ensinam os educadores, devem ser imediatas ao erro, de curta duração , e é preciso explicar a razão. "Só cuidado com a verborragia, muito comum em tempo da cultura de não bater", avisa Maria Cristina. A atenção da criança é curta. Se você alongar as explicações, ela "perde contato com a torre rápido". Além disso, é importante distinguir as situações que merecem punições mais contundentes. Nem toda desobediência é motivo para pensar no quarto. Mas toda insubordinação merece um chamado de atenção. "Vejo o castigo como uma forma eficiente de dar limite, desde que não seja sempre", diz a psicóloga Beatriz. Ela começou a impor sanções quando Luiza não atendia aos pedidos da mãe, desafiando-a. E esse desafio ainda a colocava em risco. Pondere a situação para não agir num dia em que você está sem paciência porque depois bate a culpa. A cardiologista Fernanda assume: "Dói o coração ouvir o choro da Giuliana no quarto". Se percebeu que errou na mão, vale pedir desculpas ao filho e até dizer que ele não merecia ficar de castigo, se for o caso.

Educar não é mesmo tarefa fácil. Filho desafiar as regras está dentro da normalidade. Anormal seria se a criança aceitasse passivamente o primeiro não dos pais ou nunca obedecesse. Se esse não é o seu caso, saiba que nada será para sempre. Essa é só mais uma fase dentro do complexo e apaixonante desenvolvimento infantil.

2 comentários:

Anônimo disse...

Aqui nos EUA uma medida muito popular é colocar a criança em "time-out" (como nos esportes, "dar um tempo"). Isso se faz retirando fisicamente a criança da situação, colocando-a à parte (pode ser no mesmo ambiente, mas num lugar claramente isolado, sem brinquedos) por um minuto para cada ano de idade da criança (i.e., uma criança de um ano fica um minuto, a de dois anos fica 2 minutos, etc). Ao se colocar a criança em time-out, se diz em uma frase por que ela está ali, e depois não se dá atenção (vide "gelo de mãe") por aquele(s) minuto (s). Se ela tentar sair, a gente a direciona de volta ao lugar sem dizer uma palavra. Para crianças mais velhas, se elas tentam sair do lugar a contagem recomeça do zero. É bastante eficaz, principalmente para os pequenos.
Beijos, Elisa.

Dinda Dedé disse...

Oi, querida Tinez!
Difícil, este nosso dilema, sobre os limites dos filhotes. Eu também, assim como a Elisa utilizo o cantinho do pensamento, aqueles minutinhos pra pensarem no que fizeram de errado, o que a mamãe não gostou? sentadinhos sempre no mesmo lugarzinho, ficam sem colinho, brinquedos, tv e etc.
A paciência e a firmeza são os melhores aliados, tens que parar e ficar atenta pra não deixar pra lá e acabar sucubindo as manhas destes adoraveis pequenos...Ah! até hoje com as gurias maiorzinhas eu tenho que fazer isso, quando rola o estress de brigas eu coloco uma em cada quarto, sentadinhas e peço pra pensarem no que fizeram e depois pergunto se estão arrependidas...rs. Funciona que é uma beleza!! é claro que pra aprenderem a respeitar e ficar tivemos que repeti-lo muitassss vezes.
Vai dar tudo certo, amiga! tu é muito dedicada e cuidadosa, vai conseguir encontrar o equilíbrio, vais ver!!
Beijos saudosos, amanhã nos vemos!!